segunda-feira, 28 de julho de 2008

Para Sul



Aos que me lêem aqui ficam dois retratos infames que vão fazer parte do cenário durante o próximo mês!
Não escreverei palavras infames mas tentarei comportar-me ao nível da maior infâmia.
E em Setembro cá estarei novamente com mais palavras.
Aqui vou rumo a Sul ao encontro de mais Infames.

segunda-feira, 21 de julho de 2008

Os Ausentes





Ausentes na comunicação entre Semideuses, os Pés são como o parente pobre e malcheiroso que não deve ser visto pelos convidados. Escondidos, apertados, mascarados suportam todo o tipo de humilhação e ainda têm que servir de transporte, de apoio, de arma, de ....
Libertem os Pés! Deixem-nos respirar! Permitam-lhes participar activamente na comunicação!
Com esta minha tomada de posição serei castigado e o Templo ficará mais longe.

quinta-feira, 17 de julho de 2008

Bonecas Russas


A inveja é um substantivo feminino e, eu diria tipicamente feminino, provocado pela felicidade, prosperidade e gozo de outrem e que se manifesta com um perfume à base de ódio, desgosto, desejo irrefreável. Este sentimento não é tolerável, mesmo entre Semideuses, e então há que o dissimular e aí surge o desdém, mais aceite e até admirado. O desdém é um substantivo masculino e como tal mais discreto, mais racional,...e manifesta-se por um desprezo arrogante, altivez, indiferença velada,... Se pensarmos nas bonecas russas encontramos por fora a boneca do olhar paternalista, logo a seguir a boneca com sorriso de desdém e por dentro desta a boneca que se mortifica com sentimentos de inveja.
Nos encontros com Semideuses, por vezes, as bonecas abrem e individualizam-se. A causa é sempre um comportamento Infame. Como crianças curiosas não conseguem ver tão belas bonecas sem as abrirem.

quarta-feira, 16 de julho de 2008

Tarde Poética



A realidade poética da minha tarde de ontem junto de Semideuses em análise de candidaturas ao Templo resume-se a isto:
"O desdém escondido num sorriso e a inveja escondida no desdém e tudo isto protegido por um olhar paternalista."
Como admiro os Semideuses quando das suas bocas sai pura poesia inspirados na prática Infame.

domingo, 13 de julho de 2008

Emir Kusturica and The No Smoking Orchestra



A música "Unza Unza Time".
Hoje apetece-me Kusturica. A minha alma cigana despertou, de um longo sono, disposta a dançar toda a noite na companhia de esbeltos Infames.
A censura bateu à porta e recordou-me a missão: Templo! Escondi o Kusturica. A dança fica para amanhã em mais um Baile de Debutantes na companhia de protótipos de Semideuses.

Pitbull Terrier





Aqui fica Emir Kusturica e uma música da banda sonora do seu filme "Gato Preto Gato Branco"!

sábado, 12 de julho de 2008

TUA - Pronome das Minhas Emoções



Que dia fabuloso entre Infames e paisagens deslumbrantes!
A natureza inebria-me as pessoas comovem-me!
Para a pequenina Infame o meu respeito e quase idolatria!

sexta-feira, 11 de julho de 2008

Into The Wild




"Há um prazer nos bosques inacessíveis;
Há um enlevamento na costa solitária;
Há uma sociedade, onde ninguém penetra,
Junto ao mar profundo, com música no seu rugido:
Não amo menos o homem, mas mais a natureza..."

Lord Byron

Poema que abre o filme "Into The Wild" de Sean Penn, baseado em factos reais. O filme retrata parte da vida de Christopher McCandlesse descrita em livro por Jon Krakauer. Um filme sobre a busca da verdade, da felicidade, do lar,... Um jovem que acredita na felicidade e na verdade longe desta sociedade economicista; acredita poder sobreviver unicamente com o que a natureza lhe oferece; acredita que os momentos de maior felicidade não provêm das relações humanas. Um filme sobre a descoberta do eu "experienciando". Um verdadeiro Infame a fugir do Templo em busca da caverna!

Fracasso ou Fiasco?


Ontem estive a vegetar acompanhado de três filmes. Nenhum me marcou pela sua mensagem ou originalidade mas um deles fazia a distinção entre Fracasso e Fiasco. Hoje, coloquei os dedos ao caminho e descubro que apesar de poderem ser utilizados como sinónimo têm muitas diferenças. O Fracasso é masculino e pode ser utilizado para descrever ruído ou estrondo de coisa que se quebra, insucesso, mau resultado, fiasco e desastre. O Fiasco é, também, masculino e deve ser utilizado quando estamos perante resultado desfavorável, ridículo ou vexatório, fracasso, vergonha, mau sucesso e estenderete. A minha busca não ficou por aqui visto surgir-me a palavra estenderete desconhecida até então. Estenderete, também masculino, arredonda má figura em acto público mas também pode ser pergunta ardilosa com o intento de embaraçar alguém.
A duvida surge, quando é o Fracasso e quando é o Fiasco a fazer das suas?
Os amores perdidos são ruídos estrondosos de coisa que se quebra.
Na conquista o resultado pode ser ridículo ou mesmo vexatório.
No trabalho o resultado, por vezes, é desfavorável.
Os Semideuses gostam de estender estenderetes aos Infames.
(...)
Na caminhada para o templo estes dois vocábulos são os traquinas de serviço.

quarta-feira, 9 de julho de 2008

Pudesse Eu




"Pudesse eu não ter laços nem limites
Ó vida de mil faces transbordantes
Para poder responder aos teus convites
Suspensos na surpresa dos instantes!"



Sophia de Mello Breyner Andreson
Poesia, Antologia
Moraes Editores, 1970

terça-feira, 8 de julho de 2008

Pescadores de Sonhos


O que acontece ao Rio dos Sonhos para que a dada altura os Pescadores de Sonhos não os possam pescar?
Fica de tal forma turvo que não se conseguem ver os Sonhos. Quem turva de tal forma a água deste Rio? Semideuses? Semideuses com Infames cúmplices?
É doloroso pensar que, estes Pescadores, um dia poderão não mais enxergar os Sonhos. Que um dia se esquecerão da existência deste Rio e partirão em busca do Templo. Alguns rapidamente ascenderão à categoria de Semideus outros andarão no limbo entre o Rio e o Templo.
É urgente lançar políticas de protecção do Rio ou então o Sonho será espécie em vias de extinção.

Quando o Alentejo Vem ao Norte



Há paisagens que me provocam um aperto de saudade do tempo em que a paisagem era amarela pintalgada de verde escuro, em que os Infames formavam autênticas colmeias de amizade, em que o Rio nos inundava de alegria, em que o Cais nos proporcionava descobertas diárias, em que o mar nos trazia serenidade, em que o Escondidinho nos alimentava, em que a minha casa nos tertuliava, em que o Largo dos Patos nos descansava, ...
Os Infames que me acompanharam por essas paisagens ainda continuam com esse estatuto, tal como eu andam em batalha renhida para entrarem no Templo, tal como eu têm muitos obstáculos, mas sempre companheiros neste caminho.
Obrigado Infames que encontrei em terras amarelas pintalgadas de verde escuro.

sexta-feira, 4 de julho de 2008

E Sempre o Álvaro

Ainda no seguimento do post Maternidade aqui fica Álvaro de Campos roubado ao "Letras São Papéis"


"Queriam-me casado, fútil, quotidiano e tributável?
Queriam-me o contrário disto, o contrário de qualquer coisa?
Se eu fosse outra pessoa, fazia-lhes, a todos, a vontade.
Assim, como sou, tenham paciência!"

(Lisbon Revisited)

quarta-feira, 2 de julho de 2008

Maternidade


A dada altura surgiu-me no livro "Expiação", de Ian McEwan, algo que já senti inúmeras vezes.
Quem não tem filhos por opção ou é digno de pena ou de inveja e estas duas emoções encontram-se, por vezes, na mesma pessoa. A pena vem acompanhada de um olhar onde se pode ler "coitado, se calhar não pode ou não arranjou ninguém"; "Este é que tem sorte, faz a vida que lhe apetece" desenha-se no olhar da inveja.
Todos os dias a certeza é maior, tal instinto não vinha no Kit deste Infame. Tento remediar tal facto rodeando-me de sobrinhos para ver se surge um sinal desse instinto e nada. A certeza é cada vez maior!
Quem tem coragem em ousar não ter filhos porque não quer e ainda querer ascender ao Templo? Os Semideuses não perdoam tal incoerência! Um dia destes receberei um olhar de avis rara e aí estará tudo perdido.
Sobrinhos ajudem o tio a entrar no Templo. Preciso de encontrar o instinto.